CONGRESSO FUNDADOR
Realizou-se no passado fim-de-semana, em Famalicão, o primeiro congresso do Partido da Nova Democracia.
Manuel Monteiro foi eleito presidente da nova formação política.
Fez um discurso em que elegeu como prioridades nacionais:
- um novo sistema político;
- um novo sistema educativo;
- um novo sistema fiscal.
Monteiro incidiu, sobretudo, no sistema político, afirmando que o seu problema não é só com o sistema eleitoral e anunciou que vai propor ao Conselho Geral, ( uma espécie de "parlamento do partido"), ideias para reformular o sistema político, "soluções claras" para "saber quem é quem no sistema".
Salvaguardando que não se deve esperar do PND "posições radicais contra o regime", Monteiro explicou que quer "combater o sistema em nome da defesa do regime".
Adiantou ainda que pretende discutir os poderes do Presidente, bem como as características do sistema de Governo e o funcionamento do Parlamento.
Em relação ao Presidente da República, Monteiro disse que o problema é que o Presidente é eleito "mas não manda". Sampaio tem o estilo de comunicação ao país, estilo 'agarrem-me se não eu vou a eles'." E concluiu que "um Presidente da República não pode ser dependente de estilos (...). Ou manda ou não manda, meias tintas é que não dá."
Quanto ao Parlamento, sublinhou:" É eleito pelo povo, mas apesar do poder real que o parlamento possui, vá-se lá saber porquê, o povo não gosta muito do Parlamento."
As suas críticas mais fortes foram, contudo, para a forma de funcionamento do Governo e dos partidos, questionado como é que se pode pedir mais democracia para Portugal "se há cada vez menos democracia nos partidos políticos". Por isso, disse, a matriz da Nova Democracia é a rejeição "em absoluto" do aparelho partidário.
O Presidente do PND acha os eleitores portugueses só escolhem "o que os outros já escolheram" e atirou: "Não nos perguntam coisa nenhuma, isto não é democracia, isto é um simulacro de democracia. E depois admiram-se do povo não votar." Antes já tinha dito que "um político não é um vendedor de feira nem de banha da cobra e a política não é um catálogo de supermercado".
As suas prioridades entroncaram, num discurso bem estruturado, na estratégia, ou desígnios, que propôs aos portugueses:
- tornar Portugal o centro do mundo; instituir um novo pacto social entre o cidadão, a sociedade e o Estado; e o que classificou de «soberania do cidadão.
Afirmou ainda a Nova Democracia como partido «europeísta», mas que rejeita «projectos totalitários que nos querem impor de Bruxelas».
Aqui se fixou a grande aposta da ND - encontrar um discurso alternativo ao PSD e CDS na campanha para as europeias de 2004, contra a nova Constituição europeia.
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