sexta-feira, junho 20, 2003

O PORTUGUÊS DE TODOS OS PORTUGUESES!

Afonso Henriques,

o primeiro Rei de Portugal, nasceu em 1109 na cidade de Coimbra.
É filho do Conde Henrique de Borgonha e de D. Teresa, esta, filha bastarda de D. Afonso VI de Leão e Castela, que dera ao seu genro o Condado de Portugal.
Perde o pai muito cedo e, com apenas 17 anos, assume a governação do Condado Portucalense para tentar satisfazer as aspirações do seu pai: a independência.
Inicia-se um período de lutas contra os mouros para firmar e aumentar o domínio territorial e contra D. Afonso VII, o novo rei de Leão e Castela, para que este reconhecesse a independência.
No dia 25 de Julho de 1139, Afonso Henriques trava a Batalha de Ourique contra os Mouros. Esta batalha ficou para sempre na memória dos portugueses e permanece no brasão do país – cinco escudos, cinco quinas, cada qual com cinco bolas representando os cinco reis mouros degolados na batalha – transforma Afonso Henriques em rei de facto e de direito, e define a identidade lusa.
Quando, em 1179, a Igreja de Roma, finalmente, reconhece a realeza de Afonso Henriques, o reconhecimento já não tem importância. A independência estava consumada, Portugal afirmara a sua soberania e o infante encerrava a vida como rei de primeira grandeza.
As derrotas de Afonso VII terminam com a assinatura do Tratado de Zamora, em 1143 e que concede a independência do Condado Portucalense que passa a chamar-se Reino de Portugal.
D. Afonso Henriques casou com a filha do conde de Mouriana e Sabóia, Mafalda de Sabóia, em 1146, de quem teve sete filhos, entre eles o herdeiro Sancho.
Após um reinado de quase 60 anos, Afonso Henriques morre no dia 6 de Dezembro de 1185, em Coimbra, e o seu corpo é enterrado no Mosteiro de Santa Cruz. A sua herança, além de uma imensa fortuna, é o Condado Portucalense, primeiro território europeu a estabelecer a sua identidade nacional

A vida de D. Afonso Henriques foi dedicada a lutar contra os mouros.
O seu espírito lutador valeu-lhe o cognome de "O Conquistador" pela sua coragem em se expor a qualquer perigo.
Em 1122, com apenas 13 anos é organizada uma cerimónia com o objectivo de o sagrarem cavaleiro. Afonso Henriques antecipa em 7 séculos um gesto de Napoleão Bonaparte, ao ignorar o cardeal que presidia a cerimónia, e armando-se cavaleiro na Catederal de Zamora.
A sua mãe, D.Teresa, alia-se aos galegos com o objectivo de anexar Portucale à Galícia. Afonso Henriques não perde tempo e cerca a cidade de Guimarães travando a Batalha de S. Mamede, no ano de 1128, obtendo a sua primeira vitória.
Pouca gente sabe, mas graças à esperteza política de Afonso Henriques, Portugal é a primeira nação europeia a estabelecer-se como estado independente.
A longa e gloriosa governação, 57 anos de reinado, só teve fim quando D.Afonso Henriques quebrou a paz com D. Fernando II, que o surpreende e o aprisiona. Em troca da liberdade, D. Fernando exige os territórios que haviam sido conquistados por D. Afonso Henriques. O resgate é feito através de quase duas toneladas e meia de ouro, atitude completamente apoiada pelo
povo.
Era um político astuto e um guerreiro ousado. O seu nome impunha respeito aos Mouros, que o temiam pelos seus ataques surpresa. Na época do seu reinado é notório o desenvolvimento arquitectónico militar e religioso. A popularidade e prestígio são baseadas nos múltiplos acordos políticos com a Igreja Católica, pedra angular da Idade Média e com o arcebispo de Braga, garantindo-lhe alguns privilégios tais como o direito de cunhar moedas e ter autoridade absoluta sobre a cidade. Para além disso, ainda custeia a construção da Catedral de Braga e faz ofertas monetárias chorudas.
Entre monges e frades, a popularidade de D. Afonso Henriques atinge o seu expoente máximo. Para eles, Afonso Henriques é o "eleito de Deus para provar a autonomia de Portugal e dos portugueses".

Bom fim-de-semana!


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